Competitividade nas aulas de Educação Física: das concepções à organização do trabalho pedagógico

Autores: Kleber Tüxen Carneiro, Adriano Vasconcelos Fonseca, Maurício Bronzatto e Eliasaf Rodrigues de Assis
A competição é parte constitutiva do viver e está presente nas manifestações da vida cotidiana. Contudo, na contemporaneidade, ela assume um novo ethos: competir passa a significar a busca pela vitória a qualquer custo — uma excitação esvaziada de princípios básicos de convivência e inibidora de possibilidades formativas. Embora a competitividade não se restrinja à Educação Física, este é o espaço curricular com as implicações mais perceptíveis do fenômeno. É, portanto, imperativo que os docentes estejam preparados para lidar com suas manifestações, propondo um trabalho pedagógico com consistência e coerência epistemológicas. O estreitamento na apreensão do assunto tem trazido prejuízos ao desenvolvimento da resiliência, da autoestima e da autossuperação dos estudantes, aspectos cruciais para o modo como as novas gerações lidam com questões emulativas na sociedade. A escola, e em particular a Educação Física, não pode se eximir desta incumbência, evitando que os estudantes conheçam da competitividade apenas sua caricatura neoliberal, caracterizada por apelos hedonistas e individualistas. Este livro propõe ir além dos extremos. Entre deplorar a competitividade como fenômeno deletério e adotá-la de modo acrítico, os autores convidam o leitor a pensá-la na ótica da “terceira margem”. Baseado em uma pesquisa com docentes de Educação Física, a obra oferece um novo olhar: aquele que descobre que ganhar a vida é melhor do que ganhar do outro. Um estudo essencial para viabilizar experiências formativas significativas, fomentando saberes culturais, éticos, corporais e humanizadores a partir dos itinerários emulativos.
SUMÁRIO Jeferson José Moebus Retondar Apresentação Alcides Scaglia Prefácio Fruir fluindo o jogo Introdução CAPÍTULO 1 Sobre a pesquisa CAPÍTULO 2 Delineando as concepções de competitividade Concepções epistemológicas para pensar a emulação nos seres humanos A competitividade como elemento constituinte do jogo A agonística na sociedade grega clássica e a Boa Éris A competitividade na contemporaneidade O fair play como campo de disputa entre a Boa e a Má Éris CAPÍTULO 3 A indissociabilidade entre jogo, competição e Educação Física Breve contextualização histórica da Educação Física Novos ventos, outros tempos para a Educação Física escolar A relação (ou ausência dela) entre jogo, emulação e Educação Física CAPÍTULO 4 Sobre os resultados do estudo 1ª categoria de análise: “Quem são os pesquisados” 2ª categoria de análise: “A infraestrutura escolar e as concepções pedagógicas relacionadas à docência em Educação Física” Infraestrutura das escolas municipais Concepções e crenças docentes referentes à Educação (Física) 3ª categoria de análise: “O fenômeno emulativo na formação docente e seus reflexos para concepções epistemológicas e o trabalho pedagógico” As noções docentes sobre o fenômeno emulativo O trabalho pedagógico em relação à competitividade CAPÍTULO 5 À guisa de (in)conclusão A propósito de uma síntese Outros ethos, outras formas de pensar e praticar o fenômeno emulativo As perspectivas africanas: o Ubuntu Teko Porã: o Bem Viver indígena Referências Sobre os autores Índice remissivo

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