Quem controla seus dados? Ciência Aberta, Colonialismo de Dados e Soberania na era da Inteligência Artificial e do Big Data
- ISBN digital: 9788572214742
- ISBN impresso: Publicação apenas digital
- DOI: 10.31560/pimentacultural/978-85-7221-474-2
Autor: Fabiano Couto Corrêa da Silva
Este livro investiga como a economia dos dados reconfigura poder, ciência e soberania, revelando continuidades entre a colonialidade histórica e a extração digital. A partir de uma perspectiva latino‑americana, discute tensões da Ciência Aberta e propõe caminhos ético‑políticos para uma governança justa de dados (FAIR/CARE), infraestrutura aberta e justiça epistêmica. Um convite à ação para que os dados sirvam às pessoas, e não o contrário.
SUMÁRIO
Prefácio
PARTE I
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS
CAPÍTULO 1
Introdução ao colonialismo de dados
1.1 A economia dos dados e as grandes corporações (Big Tech)
1.2 Assimetrias de poder e vigilância na era do Big Data
1.3 Marcos teóricos: dos estudos pós-coloniais à teoria crítica da informação
1.4 Paradoxos e contradições do colonialismo de dados
1.5 Resistências e alternativas emergentes
1.6 Dimensões psicológicas e subjetivas
1.7 Impactos ambientais e sustentabilidade
1.8 Perspectivas futuras e tendências emergentes
CAPÍTULO 2
Ciência aberta: tensões, contradições e paradoxos
2.1 A evolução do conceito de ciência aberta
2.2 Princípios FAIR e democratização do conhecimento
2.3 Modelos de acesso aberto e sustentabilidade
2.4 Tensões entre abertura e controle
2.5 Algoritmos e curadoria: o poder invisível da descoberta
2.6 Ciência cidadã e participação democrática
2.7 Paradoxos da democratização científica
2.8 Alternativas e resistências à ciência aberta hegemônica
2.9 Perspectivas futuras
PARTE II
ANÁLISE CRÍTICA E IMPACTOS
CAPÍTULO 3
O impacto do colonialismo de dados na produção científica e no conhecimento
3.1. Desigualdades na produção científica global (Norte global vs. Sul global)
3.2 Apropriação de dados científicos e parachute science
3.3. Epistemologias marginalizadas e colonialidade do saber na ciência
3.4. Relação entre dados abertos e assimetria de poder
3.5 Algoritmos, vieses e reprodução de desigualdades
CAPÍTULO 4
Fraudes científicas, manipulação de dados e práticas antiéticas
4.1. Fundamentos históricos e teóricos da integridade científica
4.1.1 Evolução histórica dos conceitos de integridade científica
4.1.2 Marcos normativos contemporâneos e codificação internacional
4.1.3 Dimensões neurobiológicas e psicológicas da ética científica
4.1.4 Teorias contemporâneas de integridade científica
4.1.5 Colonialismo científico e estruturas de poder global
4.2. A crise contemporânea: dimensões e magnitude do problema
4.2.1. Análise estatística da escalada de retrações científicas
4.2.2 Paper Mills: a industrialização sistemática da fraude
4.2.3 Impactos da pandemia COVID-19 na integridade científica
4.2.4 Dimensões econômicas e desperdício de recursos sistêmicos
4.3 Inteligência artificial: a transformação fundamental da má conduta científica
4.3.1 A dupla face da revolução tecnológica: promessa e ameaça simultâneas
4.3.2 Tipologia expandida da má conduta científica digitalmente amplificada
4.3.3 Geração de conteúdo fraudulento: análise multimodal
4.3.4 Implicações epistemológicas: redefinindo a natureza da evidência
4.3.5 Características identificáveis, padrões de detecção e evolução estratégica: uma análise integrada da sofisticação operacional
4.4 Ferramentas de detecção e contramedidas tecnológicas: a evolução da resposta científica à fraude digital
4.4.1 Evolução sistêmica dos paradigmas de detecção: da análise manual à inteligência artificial interpretável
4.4.2 Detecção avançada de manipulação visual: forense digital e análise de autenticidade
4.4.3 Análise linguística avançada e detecção de conteúdo gerado por ia: além da detecção de plágio tradicional
4.4.4 Tecnologias emergentes e direções futuras: blockchain, computação quântica e realidade aumentada
4.5 Dimensões éticas e sociais: impactos sistêmicos na confiança pública e coesão epistêmica
4.5.1 Erosão da confiança pública e fragmentação do consenso científico: uma análise multidimensional
4.5.2 Colonialismo científico e vulnerabilidades sistêmicas: reprodução de desigualdades globais
4.5.3 Dimensões neurobiológicas e psicológicas: estresse sistêmico e degradação do julgamento ético
4.5.4 Responsabilidade institucional e transformação cultural: além da responsabilização individual
4.6 Perspectivas futuras e recomendações estratégicas: construindo um sistema científico íntegro e equitativo
4.6.1 Visão integrada para governança da integridade científica: coordenação multi-escalar e abordagem sistêmica
4.6.2 Recomendações tecnológicas: inovação responsável, interpretabilidade e democratização
4.6.3 Reformas institucionais: transformação de incentivos, culturas, e estruturas de poder
4.6.4 Cooperação internacional e soberania científica: equidade global e justiça epistêmica
4.6.5 Roadmap de implementação: estratégias integradas de curto, médio e longo prazo para transformação sistêmica da integridade científica
PARTE III
ESTUDOS DE CASO E EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS
CAPÍTULO 5
Estudos de caso internacionais
5.1. Caso 1: Dados genéticos indígenas e desrespeito ao consentimento (o caso Havasupai)
5.2. Caso 2: SciELO e a democratização da comunicação científica na América Latina
5.3. Caso 3: universidades e Big Tech - a dependência de plataformas privadas na educação pública
5.4. Caso 4: Governança de dados em saúde durante a pandemia de COVID-19
CAPÍTULO 6
Experiências brasileiras e latino-americanas
6.1 Políticas de ciência aberta no Brasil
6.2 Repositórios institucionais e iniciativas regionais
6.3 Desafios da implementação da LGPD na pesquisa
6.4 Movimentos de software livre e tecnologias sociais
6.5 Ciência cidadã e participação comunitária
6.6 Redes de colaboração Sul–Sul
PARTE IV
PROPOSTAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
CAPÍTULO 7
Propostas e soluções para uma governança de dados justa e ética
7.1 Soberania de dados e marcos regulatórios
7.2 Infraestruturas abertas e tecnologias decoloniais
7.3 Princípios éticos e inclusão
7.4 Recomendações de políticas públicas e iniciativas comunitárias
7.5 Modelos alternativos de financiamento e sustentabilidade
7.6 Educação e capacitação para soberania digital
CAPÍTULO 8
Perspectivas futuras e agenda de pesquisa
8.1 As novas fronteiras tecnológicas da pesquisa científica
8.2 inteligência artificial (IA) como catalisadora e desafio
8.3 Ciência descentralizada (DeSci) e a promessa da Blockchain
8.4 O dilema central: abertura global, soberania digital e o espectro do colonialismo digital
8.5 Agenda de pesquisa para uma ciência aberta, equitativa e soberana
8.6 Inclusão e Ciência Cidadã: democratizando a produção do conhecimento além da academia
Considerações finais: rumo a uma transformação sistêmica da ciência global
Referências Bibliográficas
Sobre o Autor
Índice remissivo